
Dentre os muitos méritos do filme o que mais me encanta é como Bogdanovich faz nos questionarmos se a comédia screwball mais fechadinha teve roteiro prévio ou se foi um amontoado de improvisações. O real como um espaço de fabulação, movimentos e expressões naturais documentadas pela câmera, desvios dramáticos constantes; na teoria como um filme do Rivette sintetizado para a indústria americana.
O chefe cobra relatório dos detetives como um roteirista que cobra uma história, como um produtor preocupado com o dinheiro e dá coordenadas para seus agentes – pelo menos tenta – como um diretor encarando o descontrole do real. Que bom que ninguém entregou o maldito relatório.
por Gabriel Linhares Falcão