
De certa maneira, o filme opera numa lógica semelhante à das comédias burguesas de Buñuel.
Existe uma etiqueta anti-luta que precisa ser respeitada durante os encontros e Lau Kar Leung cria coreografias e personagens cada vez mais surreais desafiando os limites do cerimonial.
As faces sérias dos lutadores ganham tom de ironia ao serem conciliadas com os movimentos exacerbados e elegantes dos corpos. Não à toa, os ladrões burlam o cerimonial ao lutarem com expressões faciais incongruentes e movimentos regidos por etiquetas singulares que limitam os corpos sem ferir a potência coreográfica.
por Gabriel Linhares Falcão