
A mise-en-scène de Fulci está sempre buscando um além.
Uma mudança de foco brusca muda o plano para o que antes era inimaginável. A câmera chicoteia (tanto no movimento da própria câmera quanto no zoom) e apresenta o espaço extracampo de maneira bruta, sem visar uma espacialização, indica apenas que um além pode surgir de qualquer lugar, também além, a qualquer momento, também além.
Um além presente no plano pelo foco, e um além onipresente no extracampo pelos chicotes. É muito espiritual essa arquitetura do invisível.
por Gabriel Linhares Falcão