
E se a soma das evidências não nos leva a lugar algum? Não há provas nem contraprovas para dar sentido ao pequeno e poderoso discurso inicial de Caterina sobre “encontrar alguém do seu tipo”. Apenas sua força para continuar em busca de seu paradigma e torná-lo possível pode provar que o mundo não é um completo vazio que te enquadra. E há muita força na presença de Agustina Muñoz.
Já na primeira sequência, sua quietude e internalização emocional destacam-a do grupo de amigos que espontaneamente abre o jogo sobre suas vidas. Mesmo observando poucos minutos do convívio do grupo, podemos constatar que a fala de Caterina (Augustina Muñoz) é uma libertação que afronta todo o cotidiano ao seu redor (espacial e temporal) no qual a protagonista não se encaixa. A fidelidade à seus paradigmas se torna uma revolução internalizada.
A revolução de Caterina não machuca ninguém, só a si mesma. Ela parece se conformar com isso, mas nunca desistir de encontrar as provas que busca.
por Gabriel Linhares Falcão