
A natureza é primordial ao indivíduo. Sempre esteve e sempre estará antes de nós.
Enquanto Robert Beavers busca a partir da mão do homem a natureza. Ute Aurand busca a mão do homem (e da mulher) na natureza.
A diretora introduz elementos naturais sempre que intui, não importa o momento. Flores e plantas tem passe livre para interromper qualquer construção documental do indivíduo na sociedade. Também tem passe livre a natureza que a flora em nós, que tem como símbolo máximo o riso.
O que é a construção de um museu de símbolos religiosos em meio ao maior símbolo religioso que é a natureza? Os cortes brutos que interrompem longas sequências são buscas cosmológicas, que antes de qualquer razão seguem uma intuição. Uma vontade interior de botar uma flor ali. Vendo os filmes de Aurand tenho a impressão que ela transcende o espaço filmado sempre que vem um sorriso no rosto.
por Gabriel Linhares Falcão