
Arqueologia cromática (e arqueologia sonora das cores?).
Se as cores são dados plásticos de passagem e recuperação de tempo e também de abstração espacial pela criação/descobrimento de tons em passeios pelos espaços com um olhar que explora diversos ângulos, velocidades e distâncias do mesmo ambiente (todo movimento de câmera nos instiga à um possível “raio verde” que poderia nascer ou se for), o som, que dá forma a um espaço estático pelos registros de fenômenos naturais que nunca vemos as fontes, tem sim um papel plástico-documental equivalente ao da cor. O som revela o que a imagem não alcança, tanto quanto a cor nos dá as evidências de fenômenos ópticos visíveis unicamente pela experimentação e paciência. A arqueologia é um experimento do ver e do ouvir, por diferentes vistas e distâncias encontrando múltiplas cores e sons de um mesmo lugar.
Tanto no sentido do traço quanto no sentido do que foge ao controle: uma arqueologia dos riscos.
por Gabriel Linhares Falcão